Falar de saudade sempre
dói. Sangra. Dilacera. Arrebenta. Entretanto, faz-se sorrir e no fundo, por
causa disso, as pessoas percebem o motivo pelo qual vivemos. Certo está: a
malha fina que recobrirá a pele será tênue, se rasgará se você não tomar
cuidado, irá doer mais algumas (muitas) vezes e você passará algum tempo olhando
aquele sinal, aquela chaga aberta que, ingenuamente, pensou estar fechada. Mas
e daí, você me pergunta.
E daí que eu sinto
saudades. Eu sinto falta de tudo e todos aqueles que me fizeram feliz. Eu sinto
saudades de ser criança, sinto saudades do Puma (meu primeiro cachorro), sinto
saudades de alguns brinquedos que eram preferidos, sinto saudade de gente que já
partiu. E dessa forma vamos traçando o nosso eu interior: da falta nasce uma
esperança de dias melhores ou a promessa (quando cumprida) de que agora será
diferente.
Sinto falta. Merda.
Sinto um encolhimento no peito que me rouba o ar. É pior que topar com o dedo
mindinho na parede, na cabeceira da cama ou seja lá o objeto que for. Essa dor
vai logo embora, enxotada, exorcizada após pequenos lamúrios. Entretanto, quem
te ensinou que saudade nunca acaba e pode doer (e vai doer)? Quem foi que te
contou que esse sentimento te pega desprevenida? Quem foi que disse que,
vez por outra, vai querer abrigo (ou brigar) para ver se abafa o caos interior
que se formou como uma bola de neve logo pela manhã? Provavelmente, ninguém.
Isso aprendemos sozinhos, ao amanhecer do dia mais doce, ao alvorecer
do dia mais negro. E entre ambos, todos ao seu redor continuam a se movimentar
(assim como você), como se nada acontecesse; sem repararem ao redor, nos seus
olhos. E você frágil e forte, quando for cumprimentada, vai dizer mecanicamente
“estou bem”.
Estou bem uma ova! Estou
enlouquecida de saudade. Estou despedaçada, sangrando, amaldiçoando, negando
(eu não posso acreditar que você não está aqui fisicamente). São aqueles cinco
estágios que se seguem à perda. Estou com raiva de tudo que é belo e que é feio
(furiosa comigo porque eu não pude te proteger e fazer de mim a sua concha).
Estou barganhando, sendo dócil, serena (quis trocar com as divindades tudo o
que tenho para te ter de volta). Estou triste, chorosa, com um bolo de dor
(querendo dormir para ver se passa mais rápido esse sentimento). E por fim,
estou aceitando, compreendendo, entendendo, encontrando a paz.
Até que amanhã em um átimo de segundo a saudade volta a aparecer, ou relembre, melhor dizendo, mais uma vez que ninguém ensina como se portar educadamente com esse sentimento. Eu sinto saudades. E quando isso acontece eu choro, perco o ar e sorrio junto. Porque amanhã a dor melhora, a ausência se amacia e eu volto a ver o sol.
Até que amanhã em um átimo de segundo a saudade volta a aparecer, ou relembre, melhor dizendo, mais uma vez que ninguém ensina como se portar educadamente com esse sentimento. Eu sinto saudades. E quando isso acontece eu choro, perco o ar e sorrio junto. Porque amanhã a dor melhora, a ausência se amacia e eu volto a ver o sol.
Dedicado a todos aqueles que nos fazem falta, aos que partiram física ou espirutualmente de nossas vidas. Em especial ao meu irmão que há nove anos me faz sentir saudades diariamente.
"Sinto saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
ResponderExcluirSaudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, enfim... do companheirismo vivido.. Seria perfeito se os amigos fossem imortais .. Eu suportaria se tivesse morrido todos os meus amores ..mais enlouqueceria se morressem todos os meus amigos".