quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Incertezas e Devaneios
Quero entender porque fugi, porque aceitei um beijo amargo e um abraço tão frio sem ter dito uma palavra, apenas aceitado e ter ido embora.Fui. Mais não me sentia bem, eu não me sentia, só existia...
Pensava que estava bem, confiava nisso sem perceber que não passava de um objeto. As vezes penso que me enganei quando te encontrei, outras vezes, acho que foi a melhor coisa que me aconteceu...
Sinto saudade! Dói muito. Mas estou conseguindo disfarçar, muito embora tenha sempre lágrimas nos olhos. Desde aquele dia o tempo passou muito rápido e além de lhe esperar eu não fiz mais nada. Meus dias agora são de espera, lembranças, minhas palavras travam na garganta e minhas lágrimas caem continuamente e tudo o que eu peço nessa hora é alguem que me abrace, que me escute, mesmo que eu esteja calada...
E é aí que a dor aumenta, é aí que que enfraqueço, é quando eu tenho vontade de fugir, é quando eu tenho vontade de ter você perto de mim, é quando eu penso no dia que vou lhe encontrar outra vez, quando penso no tempo que lhe espero...Se eu soubesse que passaria tanto tempo sem lhe vêr, daria um segundo abraço, só que desta vez bem mais forte... Corrigiria também o beijo e lhe chamaria pra mais outro...
Se eu soubesse que passaria tanto tempo sem lhe vêr, teria sido bem mais intensa ao invés de ter simplesmente aceitado um abraço frio, um beijo amargo e ter ido embora.Mas infelizmente eu não sabia...
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P.S.: Um texto antigo... Sentimentos vividos... Caderninho Verde...
"-Escrevemos juntas...tudo aquilo que os olhares nunca se atreveram a dizer...."
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Lembranças - Parte II
Certo, hoje, a vó Altina, finalmente embarcou no trem que ela tanto falava. Hoje, ela não chegou à estação atrasada e o maquinista deve ter sido meu avô Raimundo, o marido dela, o Müller, como ela costumava dizer.
O trem veio silencioso, bem de manhãzinha, às 6:30 em ponto. Aposto que no mesmo vagão ela reencontrou quem não via há muito. E ficou feliz também, pois pôde abraçá-los. E o meu avô, o maquinista, finalmente reencontrou a sua mais ilustre passageira.
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A vó tinha todo seu jeitinho especial. Com ela crescemos e passamos, todos os filhos (incluindo genros e noras), netos (e posteriormente bisnetos), as férias inteiras, prolongadíssimas, todos os anos e os Natais. E ela gostava daquela sensação de casa cheia, lembrando o interior, pois o apartamento ficava pequeno... E ela sorria, e nunca reclamava das nossas bagunças! Como também nunca reclamava das várias e várias jarras desaparecidas e encontradas no balaio alguns caquinhos ou dos vários chuveiros que ela era obrigada a repor em uma única férias, por conta dos netos que adoravam tomar banho em trupe na banheira da carijós, e não sei por que e nem como toda vez um queimava o chuveiro... E na hora de sair da banheira, coisa da tia Leda (que se encontra com a vovó) esperava na porta, "em fila", e uma chinelada na bunda dos que iam passando... "porque eu avisei que nao pode tomar banho esse tanto de gente junta... E daqui a pouco todos pro banheiro de novo, mas agora, um por um, porque vcs ainda estão sujos e com sabão!"
Um dia, ela pos a Bidu e eu para dormirmos na cama dela enquanto a vó passaria a noite dormindo no sofá! Ela não tinha deixado nós irmos para o forró, e como havia uma desconfiança que "essas meninas vão sair de madrugada, é melhor colocá-las comigo pois aqui todo mundo dorme, e enquanto vocês estão indo com o fubá eu ja voltei com a broa..." e nós passamos a noite inteira na cama da vó! Mas mesmo brava ela sempre sorria... Aliás, corrijindo: ela so perdia um pouquinho da paciência comigo e com a Bi! De resto, ela sempre sorria! E nós adorávamos ouvir as histórias que ela nos contava... Sempre fazendo pausas para cheirar rapé "pois isso é que deu fim a minha sinusite" e acrescentando: é o que também viciou a maioria dos filhos, netos, genros, noras, namorados e agregados...
Ela estava serena, como se tivesse dormindo... e que dali a pouco iria acordar e pegar seu crochet e ligar o rádio e sentar na cama e ficar conosco... Quando anoiteceu, e a família toda estava reunida (lembrando os velhos festejos) a lua estava cheia e haviam várias estrelas sobre nós... A noite estava plausivelmente agradável... Fora esse sentimento de perda, de um vazio interior, meio sem limite que invadia a todos... Pois mesmo sabendo que com 93 anos ja se viveu bastante, não queríamos deixá-la partir, também. Além disso a casa ficara tão grande e o quarto dela (onde nós mais costumávamos ficar, na cama, no sofá, em pé, sentados no chão...) ficara pequeno demais pra todos nós. Conquanto, seu sorriso, seu carinho, paciência, educação, sabedoria foram passados a nós... Em sua bela imagem, e cada um que a teve por perto, guardou para si grandes momentos...
E naquela noite eu pensei muito em uma frase de Guimarães Rosa:
"As pessoas não morrem, ficam encantadas!"
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Lembranças
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Dando um tempo de você
Decidir me dar um tempo. Há dias tu não ta me fazendo bem e eu só enrolando o qdo te afastaria de mim. Já não tenho outros pensamentos pq tu não deixa. Qdo tem sol, tu me persegue. Qdo tem chuva tb não me deixa ficar em cs. Tudo bem que tu sempre me alimenta..Mas adianta de quê se depois quer que eu devolva? Oq quer de mim afinal de contas? Acabar com meus ultimos neuronios? Cerveja querida, agora não tenho mais tempo pra ti. Isso foi decidido. Assim como decidi daquela vez. Eu sei que acabo voltando para teus prazeres glaciais no verão. Mas eu preciso me livrar de ti por um tempinho sim. E dessa vez eu tenho companhia! Daniel vai me apoiar assim como irei apoiá-lo.Sabe qto vc nos custa no fim do mês? Poderia viajar e muito se tu não existisse!
Quero descobrir outros prazeres! Quero saber como uma coca cola gelada faz diferença. Quero que ela seja a ultima do deserto a cada gole. Assim como faço com vc.
Depois de não me lembrar de algumas coisas ocorridas no ultimo fim de semana, ví que vc anda ficando mais inteligente pq estás roubando os ultimos neurônios que tenho. Sinceramente, fiquei chocada qdo,ontem, Daniel veio comentar dos acontecimentos de fim de semana e eu não lembrava de absolutamente nada sobre o tal assunto! Ironico, estávamos no bar com sua conspícua presença e essas revelações foram feitas. Olhei pra vc no mesmo instante. Alí vc começou a ser julgada. Foi pra berlinda mesmo. Vim embora até mais cedo do bar pra não ter que te ingerir mais. E vc roubar mais ainda meus neurônios e eu acordar hoje com o resultado do teu prazer: uma tremenda ressaca.
Fico por aqui, confirmando o tempo que darei a mim..sem você. Que vc seja feliz em outros copos. Que sua ressaca seja maior do que todas as que tive até hj. Vc vai sentir minha falta. E eu a sua, mas a partir de hj a minha ultima coca-cola do deserto será realmente uma coca-cola.